sábado, 11 de setembro de 2010


A vida me ensinoU




A dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração; sorrir às pessoas que não gostam de mim, para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam; fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar; calar-me para ouvir; aprender com meus erros. Afinal eu posso ser sempre melhor.

A lutar contra as injustiças; sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo. A ser forte quando os que amo estão com problemas; ser carinhoso com todos que precisam do meu carinho; ouvir a todos que só precisam desabafar; amar aos que me machucam ou querem fazer de mim depósito de suas frustrações e desafetos; perdoar incondicionalmente, pois já precisei desse perdão; amar incondicionalmente, pois também preciso desse amor; a alegrar a quem precisa; a pedir perdão; a sonhar acordado; a acordar para a realidade (sempre que fosse necessário).
A aproveitar cada instante de felicidade; a chorar de saudade sem vergonha de demonstrar; me ensinou a ter olhos para "ver e ouvir estrelas",
embora nem sempre consiga entendê-las; a ver o encanto do pôr-do-sol.
A sentir a dor do adeus e do que se acaba, sempre lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do meu ser; a abrir minhas janelas para o amor; a não temer o futuro...

Me ensinou e está me ensinando a aproveitar o presente, como um presente que da vida recebi, e usá-lo como um diamante que eu mesmo tenha que lapidar, lhe dando forma da maneira que eu escolher.

Charles Chaplin

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

TribalistA

TribalistA
Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, levanta os braços,
sorri e dispara:


"Eu sou de ninguem, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu tambem". No entanto, passado o efeito do uisque com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração "tribalista" se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição. A maioria não quer ser de ninguem, mas quer que alguém seja seu. Beijar na boca é bom? Claro que é! Se manter sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim.
Mas por que reclamam depois? Será que os grupos tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, onde "toda ação tem uma reação".
Agir como tribalista tem conseqüências, boas e ruins, co mo tudo na vida. Aliás, quando foi que se estabeleceu que namoro é sinônimo de cobranca? A
nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais. Desconhece a delícia de assistir um filme debaixo das cobertas num dia
chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto
abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor.

Namorar é algo que vai muito além das cobrancas. É cuidar do outro e ser
cuidado por ele, e telefonar só para dizer bom dia, ter uma boa companhia
para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguem para fazer e
receber cafune, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim,
é ter "alguem para amar".

Já dizia o poeta que "amar se aprende amando" e se seguirmos seu raciocínio, esbarraremos na lição que nos foi passada nas décadas passadas: relação e sinonímo de desilusão. Talvez seja por isso que pronunciar a palavra "namoro" tr aga tanto medo e rejeição. No entanto, vivemos em uma época muito diferente daquela em que nossos pais viveram. Hoje podemos optar com maior liberdade e não somos mais obrigados a "comer sal junto ate morrer". Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optarmos. E ser livre nao é beijar na boca e não ser de ninguem. É ter coragem, ser autentico e se permitir viver um sentimento. É arriscar, pagar para ver e correr atrás da felicidade... É doar e receber, é estar disponivel de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins.
Ser de todo mundo, não ser de ninguem, é o mesmo que não ter ninguem também. É estar fadado ao fracasso emocional e a tão temida SOLIDÃO.